v. 7 n. 13 (2021): Transitar el espacio: imágenes cartográficas, relatos y experiencias sobre el terreno (siglos XVI-XX)
Tema Central

Águas Perigosas: Guarda de Cais do Porto e espaço urbano portuário (1919-1923)

Pedro Guimarães Marques
Pontifícia Universidade Católica

Publicado 2021-12-17 — Atualizado em 2022-03-22

Versões

Palavras-chave

  • Guarda do Cais do Porto; contrabando; espaço portuário; polícia
  • Guarda do Cais do Porto,
  • contrabando,
  • espaço portuário,
  • polícia

Como Citar

Guimarães Marques, P. (2022). Águas Perigosas: Guarda de Cais do Porto e espaço urbano portuário (1919-1923). Claves. Revista De Historia, 7(13), 101–132. https://doi.org/10.25032/crh.v7i13.5 (Original work published 20º de dezembro de 2021)

Resumo

Resumo: Este artigo analisa as múltiplas dimensões de experimentação do espaço urbano portuário, tomando como tema o policiamento pago na região portuária do Rio de Janeiro (Distrito Federal) durante o início década de 1920. Procura-se, a partir das apropriações e disputas feitas sobre o espaço daquela região entre os grupos sociais que nele interagiam, pôr o espaço no centro da análise, entendendo-o não apenas como cenário neutro onde processos históricos ocorriam e que sofria seus efeitos, mas cuja materialidade era fator fundamental atuante no desenvolvimento desses mesmos processos e a multiplicidade de sentidos que ele carregava. Para isso, nos focamos na organização da Guarda do Cais do Porto, a forma pela qual o contrabando no porto agia e os conflitos da Guarda com outras instituições coercitivas locais, mostrando como produto desta contenda a delimitação de novas regras ao policiamento semiprivado pago no Distrito Federal.

Abstract: This article analyses the multiple dimensions and experimentations of urban port space, using as theme Rio de Janeiro’s wharf guard and its organization in the beginning of 20th century. From appropriations and disputes between social groups that lived there, we put the port space as central object of our analysis, conceiving it not only as neutral scenery where historical processes occurred and product of its effects, but as a key factor with its own materiality in these same processes’ development and in the multiple meanings they carried. To achieve our goal, we focus on Rio’s wharf guard organization, the way smuggling happened in that area and the conflicts between the guard and other local security institutions, showing as result of these tensions the delimitation of new rules regarding semiprivate security at Rio de Janeiro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

  1. Bibliografias
  2. Albuquerque, Marli. “Trabalho e Conflito no Porto do Rio de Janeiro, 1904-1920”, Dissertação de Mestrado em História Social, Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1983.
  3. Arantes, Érika. “O Porto Negro: trabalho, cultura e associativismo dos trabalhadores portuários no Rio de Janeiro na virada do XIX para o XX”, Tese de Doutorado em História Social, Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2010.
  4. Batalha, Cláudio. O movimento operário na Primeira República. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2000.
  5. Bretas, Marcos Luiz. Ordem na cidade: O exercício cotidiano da autoridade policial no Rio de Janeiro – 1907-1930. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
  6. Carvalho, Bruno. Cidade Porosa – Dois séculos de história cultural do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2019.
  7. Chalhoub, Sidney. Cidade Febril – cortiços e epidemias na corte imperial. São Paulo: Cia. das Letras, 1996.
  8. Churchill, David et. al, coords. Private Security and the Modern State: Historical and Comparative Perspectives. Abingdon: Routledge, 2020.
  9. Cruz, Maria Velasco. “Virando o jogo: estivadores e carregadores no Rio de Janeiro na Primeira República”, Tese de doutorado em História Social, São Paulo: Universidade de São Paulo, 1998.
  10. Deutsch, Sandra McGee. Counterrevolution in Argentina, 1900-1932 – The Argentine Patriotic League. Lincoln: The University of Nebraska Press, 1986.
  11. Ferguson, James e Akhil Gupta. “Beyond Culture: Space, Identity and the Politics of Difference”. Culture, power, place – explorations in critical anthropology. Akhil Gupta, James Ferguson. Durkham: Duke Un. Press,1997, 33-51.
  12. Galeano, Diego. Criminosos viajantes – circulações transnacionais entre Rio de Janeiro e Buenos Aires: 1890-1930. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2016.
  13. Gribaudi, Maurizio. “Vestígios de uma modernidade apagada: a Paris popular na primeira metade do século XIX”. A Rua: espaço, tempo, sociabilidade. dir. Graça Cordeiro, Fréderic Vidal. Lisboa: Etnográfica Press, 2008, 18-35.
  14. Harvey, David. Londres, Marx and Philosophy Conference, 29 mai. 2004, Apresentação Oral. Disponível em: http://frontdeskapparatus.com/files/harvey2004.pdf.
  15. Honorato, Cézar. “Portos e cidades portuárias: algumas considerações historiográficas”, Almanack, 21, (2019): 63-97.
  16. Honorato, Cézar e Fernando Santos. Um Século de vivências num porto moderno. Rio de Janeiro: Centro Cultural dos Correios, 2010.
  17. Honorato, Cézar e Thiago Mantuano da Fonseca. “O trapiche e suas fronteiras: negociantes e a transição do porto do Rio de Janeiro rumo à lógica do capital (XIX-XX)”, X Congresso Brasileiro de História Econômica e 10ª Conferência internacional de História de Empresas, Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica, Juiz de Fora, set. 9 2013. Web. Consulta em 14 jun. 2020. http://www.abphe.org.br/arquivos/cezar-honorato_thiago-vinicius-mantuano-da-fonseca.pdf
  18. Lamarão, Sérgio. Dos Trapiches ao Porto: um estudo sobre a área portuária do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1991.
  19. Lefebvre, Henri, “Prefácio – A produção do espaço”, Estudos avançados, 79 (2013): 123-132.
  20. Lepetit, Bernard. “É possível uma hermenêutica urbana?”. Por uma nova história urbana. orgs. Bernard Lepetit, Heliana Salgueiro. São Paulo: Edusp, 2001, 137-154.
  21. Low, Setha. “The social construction of space”. Spatializing culture: the ethnography of space and place. Setha Low. Nova Iorque: Routledge, 2016, 68-93.
  22. Mantuano da Fonseca, Thiago. “A região portuária do Rio de Janeiro no século XIX: aspectos demográficos e sociais”, Almanack. 21 (2019): 166-204.
  23. Marques, Pedro. “Morcegos e Policiais: Guarda Noturna e vigilância urbana no Rio de Janeiro (1885-1912)”, Dissertação de Mestrado em História Social da Cultura, Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2019.
  24. Mauch, Cláudia. Dizendo-se autoridade – Polícia e policiais em Porto Alegre (1896-1929). São Leopoldo: Oikos, 2017.
  25. Munõz, Vania. “‘Criminicultura’: Policía y delito en Valparaíso durante las primeras décadas del siglo XX”, História: Questões & Debates. 64 (2016): 69-90.
  26. O’Donnell, Julia. A Invenção de Copacabana – Culturas urbanas e estilos de vida no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 2013.
  27. Pereira, Leonardo. As Barricadas da Saúde – Vacina e Protesto Popular no Rio de Janeiro da Primeira República. São Paulo: Perseu Abramo, 2002.
  28. Povoreli, Lérida. “O Porto do Rio de Janeiro na estratégia do desenvolvimento da relação capitalista no Brasil: economia e política de transporte no primeiro governo Vargas (1930-1945)”, Tese de Doutorado em História Econômica, Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2001.
  29. Rapalo, María Ester, “La organización de la resistencia patronal durante el primer gobierno de Yrigoyen: la Asociación del Trabajo”, XI Jornadas Interescuelas/ Departamentos de Historia, Departamento de Historia – Facultad de Filosofia y Letras, San Miguel de Tucumán, 2007. Web. Consulta em 8 dez. 2021. https://cdsa.aacademica.org/000-108/979.pdf?view.
  30. Souza, Luíz Antônio. Lei, cotidiano e cidade. Polícia civil e práticas policiais na São Paulo Republicana (1890-1930). São Paulo: Ibccrim, 2009.
  31. Stock, Paul. “Introduction: history and the uses of space”. The Uses of Space in Early Modern History. Paul Stock. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2015: 1-25.
  32. Thompson, Edward Palmer. A Formação da Classe Operária Inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
  33. Vieira, Nívea. “ACRJ e o Porto: definição e redefinição de políticas públicas para o porto do Rio de Janeiro”, Tese de Doutorado em História Social, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014.