Cultura com data para acabar? : Trabalho humano-equino e as vertigens que assolaram carroceiros, veterinários e ativistas da libertação animal numa controvérsia no início do século XXI.
Publicado 2021-12-20
Palavras-chave
- Antropologia dos coletivos de humanos e não humanos, trabalho animal (equino), carroceiros, controvérsias, libertação animal.
Como Citar
Copyright (c) 2021 Ricardo Alexandre Pereira de Oliveira
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Resumo
A partir de pesquisa etnográfica junto a carroceiros, cavalos, burocratas e cientistas, discuto o modo como ideais de evolução e progresso foram mobilizados em políticas governamentais de descarroceirização da cidade de Belo Horizonte, Brasil, na segunda década do século XXI. O artigo trata da controvérsia da tração animal, que envolve ciganos, quilombolas, veterinários, biólogos, antropólogos, parlamentares e ativistas da libertação animal em torno de ontologias divergentes. Ao explorar a descrição de um período em que ocorreram duas tentativas de criminalização das carroças e uma disputa em torno do tipo de ferradura a ser utilizado por cavalos que trabalham, desdobro as concepções divergentes sobre trabalho, animalidade e humanidade de diferentes atores implicados na controvérsia. Este texto é resultado do trabalho de pesquisa, extensão e assessoria com carroceiros e cavalos, que implicou observação participante, compilação de documentos e leis, a fundação de um movimento social e o registro do processo de disputas que culminou na aprovação de uma lei de criminalização dos carroceiros-e-cavalos-e-carroças.
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