v. 8 n. 2 (2023): Violencias y sistemas penales en América Latina
Dossier

TRAMAS PODER NA PRISÃO E SUAS INCERTEZAS. UMA PROPOSTA HERMENÊUTICA ATRAVÉS DE UM ESTUDO DE CASO COM TRABALHADORES DO INISA

Federico Caetano Grau
UdelaR

Publicado 2023-11-20

Palavras-chave

  • Orden; Cárceles; Poder; Incertidumbre; Riesgo; Penalidad Juvenil; Funcionarios
  • Order; Jails; Power; Uncertainty; Risk; Juvenile Penalty; Civil Servants
  • Ordem; Prisões; Poder; Incerteza; Risco; Penalidade Juvenil; Funcionários públicos

Como Citar

Caetano Grau, F. (2023). TRAMAS PODER NA PRISÃO E SUAS INCERTEZAS. UMA PROPOSTA HERMENÊUTICA ATRAVÉS DE UM ESTUDO DE CASO COM TRABALHADORES DO INISA. Revista Uruguaya De Antropología Y Etnografía, 8(2). https://doi.org/10.29112/ruae.v8i2.1953

Resumo

Longe de configurar ambientes de poder totalizante e absoluto, onde os presos estão ancorados numa passividade obsequiosa e dócil, os cenários prisionais desenrolam-se em matrizes contingentes marcadas por fortes turbulências, configurando uma atmosfera quotidiana sujeita a múltiplas zonas de incerteza sistémica. Assim, atravessado por diversas fontes de violência material e simbólica, o campo intersubjetivo formado entre trabalhadores e detentos se desenvolve a partir da indeterminação,

Nestas coordenadas, a produção da ordem quotidiana não se realiza através de uma imposição unilateral de regras, mas as práticas laborais orientam-se sobretudo para um ofício de ligação da ordem, onde os perímetros semânticos que regulam as atividades quotidianas são altamente informais e resultam de acordos situacionais produto de complexos processos de negociação dialógica, onde os presos detêm capacidade de agenciamento. Quais são os sentimentos, discursos e práticas dos trabalhadores em relação aos processos de negociação envolvidos na produção da ordem cotidiana? Como operam em cenários violentos permeados pelo risco, onde as regras são mutáveis ​​e difusas?

Através de um estudo de caso qualitativo realizado sobre os trabalhadores do Instituto Nacional para a Inclusão Social do Adolescente (INISA), este artigo tem como principal objetivo a construção de um quadro hermenêutico que dê visibilidade à experiência subjetiva dos trabalhadores com adolescentes privados de liberdade, tomando como referência a configuração dialógica e negociada da ordem quotidiana do confinamento, demarcada pela contingência e sujeita a múltiplas tramas de poder e influência.

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