Mulheres e tráfico ilícito de drogas no Peru: trajetórias ao crime entre a violência e a resistência
Publicado 2023-11-20
Palavras-chave
- mujeres - género - violencia - tráfico ilícito de drogas - trayectorias de vida
- women - gender - violence - drug trafficking - life trajectories
- mulheres - gênero - violência - tráfico ilícito de drogas - trajetórias de vida
Como Citar
Copyright (c) 2023 Adriana Isabel Fernández Godenzi, Valeria Lindley Llanos, Macarena Gonzalez Espinosa, Ana Sofía Carranza Risco
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Resumo
No Peru, mais da metade das mulheres encarceradas estão presas por um crime relacionado ao tráfico ilícito de drogas (TID). Neste artigo, analisamos a partir de uma abordagem feminista e de uma análise narrativa, 57 entrevistas com mulheres nas seis prisões com a maior população encarcerada por TID no Peru. Os resultados mostram cinco trajetórias rumo ao TID: 1) Envolvimento devido à urgência econômica, 2) Envolvimento devido a engano, 3) Envolvimento porque o TID é validado como um trabalho, 4) Envolvimento ligado ao seu relacionamento com seu parceiro e, 5) Envolvimento devido a eventos inesperados e dolorosos. Nas pesquisas feministas, as trajetórias nos permitem narrar realidades que transcendem a individualidade, mostrando o impacto de circunstâncias macrossociais e falhas estruturais na vida cotidiana. Da análise, é observado que tanto a violência estrutural—ligada à precariedade econômica e às limitadas oportunidades de desenvolvimento—como a construção de uma subjetividade feminina tradicional—expressada em “ser dos outros” e “ser para os outros”—as coloca em situações de vulnerabilidade por seu envolvimento neste crime, que coexiste com diferentes níveis de autonomia e agência de sua parte.