A Banda de Música formada pelos «menores» que estudaram a Escola de Artes e Ofícios (Uruguai, 1878-1887).

Resumo

O artigo pretende compartilhar a análise da formação discursiva sobre os menores que frequentaram a Escola de Artes e Ofícios, em particular, sobre os alunos que integraram a Banda de Música, e em algum ponto, ligados ao campo das artes. Busca desvendar e caracterizar diferentes peças documentais em que se apreciam construções de sentido em torno dos modos de nomear os alunos que configuraram a(s) alteridade(s) socio-corporal(is). 
Na análise discursiva jurídica, foram identificadas relações nas formas de se referir aos alunos: entre 12 e 16 anos, sexo masculino, «em processo de correção», órfãos, «surdos-mudos», «condenados» por um juiz, moradores de Montevidéu e do interior do país, uruguaios e outras nacionalidades da região, geralmente pobres.
Para o tratamento do objeto utilizamos certa afetação da análise do discurso e da arqueologia, analisando fontes primárias e jornais da época. O eixo que sustenta a pesquisa é a análise genealógica que parte dos conceitos de governamentalidade e biopolítica.
Por um lado, destacamos os mecanismos de confinamento na educação industrial uruguaia como fissuras e pontos de fuga para tal reivindicação. A forma de governo do Uruguai neste período envolveu a organização do estado em termos de corpo político.
O ensino de música com professores destacados e a participação da banda musical em várias exposições homenageiam a EAYO no Rio da Prata.