v. 10 n. 2 (2025): Lactancias humanas, cuidados e interseccionalidad
Dossier

La lactancia materna en la historia del arte y en las performances contemporáneas: diosas, santas, lobas y mujeres

Elisa Elsie Costa Batista da Silva Beserr
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Bio
Maria Angela Pavan
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Bio
Ana Sabiá
Bio

Publicado 2025-12-17 — Atualizado em 2025-12-17

Versões

Palavras-chave

  • Fotografía contemporánea,
  • Feminismos,
  • Historia del arte,
  • Maternidad,
  • Lactancia Materna
  • fotografia contemporánea, feminismos, historia del arte, maternidad, lactancia materna.

Como Citar

Costa Batista da Silva Beserr, E. E., Pavan, M. A., & Sabiá, A. P. (2025). La lactancia materna en la historia del arte y en las performances contemporáneas: diosas, santas, lobas y mujeres. Revista Uruguaya De Antropología Y Etnografía, 10(2). https://doi.org/10.29112/ruae.v10i2.2595

Resumo

 O artigo propõe uma análise crítica das representações da amamentação na história da arte, contrapondo imagens idealizadas de deusas, santas e símbolos mitológicos com produções contemporâneas feitas por mulheres artistas. As obras artísticas (esculturas, pinturas, performance e fotografias) conduzem a escrita ao revelarem figuras lactantes ao longo de diversos períodos históricos. A ostentação de seios e o aleitamento em profusão do passado seguem por uma fase de menos fartura até chegar às obras produzidas por artistas visuais, mães, que visibilizam uma ação reservada ao espaço íntimo e tensionam o regime de representação dominante sobre o aleitamento materno. Através de uma abordagem etnográfica e autoetnográfica, as autoras investigam como a amamentação foi simbolicamente apropriada por discursos patriarcais, muitas vezes esvaziando a experiência da mulher lactante de sua agência e subjetividade. Em contraponto, são discutidas obras de artistas contemporâneas como Roberta Barros, Ana Casas Broda, Catherine Opie, Malu Teodoro, Elisa Elsie, Tainã Mello & Tarsila Alves, que utilizam a autorrepresentação como linguagem. Essas artistas elaboram cenas em que o corpo-mãe torna-se campo de enunciação estética e política, rompendo com estereótipos de pureza, passividade e sacrifício. A leitura das imagens é feita levando-se em consideração a história, contexto cultural e significados simbólicos. Através das observações, propõe-se um novo repertório visual para o corpo nutriz, que permita reimaginar a maternidade a partir da experiência vivida e performada pelas próprias mulheres na contemporaneidade.

 

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