“Micropolítica de bienestar” reflexiones sobre la inserción de medicinas no convencionales en el hospital
Publicado 2025-05-29
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Resumo
A inserção de “medicinas não convencionais” e/ou “terapias alternativas/complementares” em serviços de saúde ou hospitais é um fenômeno crescente na Argentina. Analisar as formas em que essa inserção se manifesta em contextos específicos nos permite explorar a circulação de diferentes saberes, a inter-relação de práticas terapêuticas diversas, as disputas de saber/poder dentro da biomedicina e entender como os espaços hospitalares se constituem a partir de heterogeneidades internas e dinâmicas inerentes ao trabalho em saúde.
Este artigo se baseia em uma pesquisa etnográfica realizada entre 2018 e 2020 em uma área de medicina integrativa dentro de um hospital público na Cidade Autônoma de Buenos Aires. Este espaço oferecia reiki, reflexologia e osteopatia fluido-energética para pacientes, familiares, funcionários do hospital e público em geral. Independentemente das práticas terapêuticas específicas e dos itinerários individuais, a proposta era vivenciada pelos participantes como uma abordagem integral de bem-estar que incluía essas práticas terapêuticas, mas também os espaços e as dinâmicas sociais que ali se geravam.
Assim, argumentarei que essa iniciativa pode ser pensada como uma micropolítica de bem-estar, um processo social objetivo, uma experiência que nos oferece informações valiosas para entender como esse tipo de prática terapêutica pode ser inserido em instituições biomédicas, a partir de sua adaptação às lógicas específicas dos serviços de saúde e ao tipo de trabalho realizado nesses contextos.