v. 9 n. 1 (2024): Dilemas éticos, oportunidades para el encuentro: el quehacer antropológico en debate
Dossier

Os mortos que falam. Investigações etnográficas e reflexões éticas sobre mortes e cadáveres em Córdoba, Argentina.

Lucía Ríos
IDACOR-CONICET

Publicado 2024-06-18

Palavras-chave

  • cadáver,
  • muerte,
  • etnografía,
  • escritura,
  • ética
  • corpse,
  • death,
  • ethnography,
  • writing,
  • ethics
  • cadáver,
  • morte,
  • etnografia,
  • escrita,
  • ética

Como Citar

Ríos, L. (2024). Os mortos que falam. Investigações etnográficas e reflexões éticas sobre mortes e cadáveres em Córdoba, Argentina. Revista Uruguaya De Antropología Y Etnografía, 9(1). https://doi.org/10.29112/ruae.v9i1.2139

Resumo

implicações de investigar etnograficamente sobre mortes e óbitos. Estas preocupações surgiram durante a conclusão do meu doutoramento, onde me concentrei na construção da figura do “outro” considerado como “subversivo”. Interessou-me particularmente o tratamento dado à morte destes “inimigos”, especificamente em Córdoba, em 75, período em que os assassinatos de pessoas relacionadas com a “subversão” adquiriram repercussão. Por tratamento entendo tanto a gestão administrativa desses órgãos, como também os significados, histórias e práticas captadas nos vestígios escritos aos quais atualmente acessamos.

A partir dos registros de campo, das entrevistas realizadas, da ausência da maioria dos “sujeitos envolvidos” -já falecidos- e de uma série de cenas de campo que compartilharei nas páginas seguintes, diversas questões foram tecidas em torno da posição de pesquisador diante o trabalho de contar a morte, investigá-la, objetificá-la. Essas questões referem-se a como se escreve sobre os mortos? O que aqueles mortos nos questionam? Que legitimidade existe na nossa história como pesquisadores quando falamos do que está ausente? Existe alguma ética do cuidado exercida na investigação e na escrita sobre os mortos em nossos processos de pesquisa? Estas e outras questões serão as que partilharei ao longo deste escrito, abertas ao debate e à reflexão, na inter-relação entre a disciplina antropológica e a reflexão filosófica.

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