Ela/Dela/a World Breastfeeding Week: presences and absences in the world's largest breastfeeding promotion campaign

Abstract

Resumo: Considerando os inúmeros benefícios associados à amamentação para a saúde materno-infantil, aumentar os índices de aleitamento exclusivo até seis meses e continuado até dois anos ou mais consiste em meta para uma série de órgãos de saúde e governos, entre eles o do Brasil. De acordo com o discurso biomédico, suas vantagens são universais e impactam positivamente a saúde pública, a economia e o meio ambiente. Além de ser um direito humano cujo acesso é afetado pelos marcadores sociais da diferença, é uma prática atravessada por fatores biológicos, sociais, culturais e políticos. Diante disso, tem sido necessário políticas públicas eficazes e incentivo contínuo para que seus índices aumentem. Uma das estratégias utilizadas para isso é a Semana Mundial de Amamentação, onde são produzidos materiais que buscam sensibilizar acerca da importância do incentivo, apoio e proteção ao aleitamento. Aqui consideramos os cartazes e suas ausências e presenças, observadas ao longo de mais de 30 anos. Partimos do pressuposto que a comunicação é capaz de influenciar percepções, práticas e políticas e que as campanhas constroem significados, exigindo atenção ao contexto e à diversidade dos seus interlocutores. Inicialmente focados em mães e bebês, aos poucos os cartazes incluíram pais, profissionais de saúde e maior diversidade étnico-racial, com destaque recente para pessoas com deficiência e famílias em situação de vulnerabilidade. Apesar dos avanços em representatividade, há desafios quanto à responsabilização excessiva das mulheres e à ausência de famílias que fogem ao modelo cisheteronormativo, fazendo com que esse direito reprodutivo não seja acessado por todos.

Resumen: Considerando los numerosos beneficios asociados a la lactancia materna para la salud materno-infantil, aumentar los índices de lactancia exclusiva hasta los seis meses y continuada hasta los dos años o más constituye una meta para una serie de órganos de salud y gobiernos, entre ellos el de Brasil. De acuerdo con el discurso biomédico, sus ventajas son universales e impactan positivamente la salud pública, la economía y el medio ambiente. Además de ser un derecho humano cuyo acceso se ve afectado por los marcadores sociales de la diferencia, es una práctica atravesada por factores biológicos, sociales, culturales y políticos. Ante esto, ha sido necesario implementar políticas públicas eficaces e incentivar continuamente para que sus índices aumenten. Una de las estrategias utilizadas para ello es la Semana Mundial de la Lactancia Materna, donde se producen materiales que buscan sensibilizar acerca de la importancia del incentivo, apoyo y protección a la lactancia. Aquí consideramos los carteles y sus ausencias y presencias, observadas a lo largo de más de 30 años. Partimos del supuesto de que la comunicación es capaz de influir en percepciones, prácticas y políticas, y que las campañas construyen significados, exigiendo atención al contexto y a la diversidad de sus interlocutores. Inicialmente enfocados en madres y bebés, poco a poco los carteles incluyeron padres, profesionales de la salud y mayor diversidad étnico-racial, con destaque reciente para personas con discapacidad y familias en situación de vulnerabilidad. A pesar de los avances en representatividad, existen desafíos en cuanto a la responsabilización excesiva de las mujeres y a la ausencia de familias que escapan al modelo cisheteronormativo, haciendo que este derecho reproductivo no sea accesible para todos.

Abstract: Considering the numerous benefits associated with breastfeeding for maternal and child health, increasing exclusive breastfeeding rates until six months and continued breastfeeding until two years or more is a goal for several organizations and governments, including Brazil. According to the biomedical discourse, its advantages are universal and positively impact public health, the economy, and the environment. However, beyond being a human right whose access is affected by social markers of difference, it is a practice influenced by biological, social, cultural, and political factors. Given this, effective public policies and continuous encouragement have been necessary to ensure breastfeeding rates continue to rise. One of the strategies used for this is World Breastfeeding Week, where materials are produced to raise awareness about the importance of encouragement, support, and protection for breastfeeding. Here, we consider the posters and their absences and presences observed over 30 years. We assume that communication can influence perceptions, practices, and policies and that campaigns create meanings, requiring attention to context and the diversity of audiences. Initially focused on mothers and babies, the posters gradually included fathers, healthcare professionals, and greater ethnic-racial diversity, with a recent focus on people with disabilities and families in vulnerable situations. Despite progress in representation, challenges remain regarding the excessive responsibility placed on women and the absence of families that deviate from the cisheteronormative model, making this reproductive right not accessible to everyone.