v. 17 n. 1 (2023): Dossiê «Narrativas dissidentes e outros modos de existência»
Artículos

Poéticas ancestrais da dança para um corpo em devir-mulher

Claudia Madruga Cunha
Universidade Federal do Paraná
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Publicado 2023-06-30

Palavras-chave

  • ascendencia,
  • cuerpo,
  • danzas del círculo sagrado,
  • devenir-mujer,
  • diferencia
  • ancenstry,
  • body,
  • sacred circle dances,
  • becoming-woman,
  • difference
  • ancestralidade,
  • corpo,
  • danças circulares sagradas,
  • devir-mulher,
  • diferença

Como Citar

Madruga Cunha, C. (2023). Poéticas ancestrais da dança para um corpo em devir-mulher. Revista Fermentario, 17(1), 79–96. https://doi.org/10.47965/fermen.17.1.5

Resumo

Trazemos abaixo reverberações de uma oficina realizada no projeto de extensão intitulado: nome ocultado, proposto pelo Grupo de pesquisa, nome ocultado, formado por professores ligados a dança, performance, arte e filosofia. Esse grupo vivendo o contexto de pandemia, resolveu criar um projeto que viesse a ativar conceitos deleuzianos e guattarianos, que vinham sendo estudados e experimentados nas escritas de teses e dissertações. Cansados da rotina das análises textuais e dos debates epistêmicos e contra epistêmicos; obrigados a conviver enquanto grupo em meio remoto, esse coletivo passa a se perceber como ausente ao próprio corpo. O covid-19 impôs distância, ausência, impossibilitou viver um corpo comum. Corpos são intensidades e multiplicidades, percepções do vivido em movimento. A pandemia impôs perdas, restrições e o governo brasileiro em seus delírios contra a vida e a ciência, nos impôs planos oscilante, o corpo sofrendo, esquecido. Confinados a estudar e escrever por meio de redes, próximo a notícias tristes, foi cenário para ativar um projeto de extensão que ousou criar 5 oficinas para fins de sensibilizar um corpo intensivo. Tratamos nesse artigo dos ecos e repercussões que a 2ª oficina prática nos fez viver como temática, quando trouxe as Danças Circulares Sagradas como meio potencializador de uma ancestralidade feminina. Dialogando com as formas de interação das mulheres na contemporaneidade, enfatizando práticas e movimentos ritualísticos ritmados por antecessoras que tem subvertido a anunciação de corporeidades dançantes fora da ordem binária, patriarcal e heteronormativa.

 

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