Políticas e concepções de educação integral no Brasil: em busca de avanços democráticos?
Publicado 2018-07-14
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Resumo
Vivemos hoje numa conjuntura política, econômica e social, de grande intercâmbio entre os países. No caso do Brasil e de algumas nações da América Latina, influências internacionais são facilmente perceptíveis em programas e políticas governamentais. O presente artigo, compreendendo esta conjuntura e versando sobre o conceito de educação integral no Brasil, busca analisar como tal conceito é entendido atualmente e quanto ele pode contribuir (ou não) para o desenvolvimento da democracia no país. Para tanto, utiliza de uma abordagem metodológica bibliográfica, com base em documentos oficiais e estudos acadêmicas. Assim, realiza um intenso debate a respeito das divergentes concepções de educação integral em disputa no atual cenário educacional brasileiro e suas influências nas políticas do Governo Federal do país – em especial com o Programa Mais Educação e o Plano Nacional de Educação 2014-2024. As conclusões alcançadas parecem revelar que, com contornos de Neoliberalismo, Terceira Via e claras influências de diretrizes de organizações e acordos internacionais, a proposta de educação integral contemporânea aponta para reforçar uma ampliação do afastamento entre as diferentes classes sociais. Não obstante, também é possível identificar o quanto na atualidade a educação vem sendo utilizada como uma ferramenta importante para a estruturação hegemônica das sociedades, demonstrando o quanto necessitamos superar a concepção social e política dominante.
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