PHILOSOPHY; HISTORY; POLITICS; CULTURAL STUDIES; LATIN AMERICA
v. 6 n. 1 (2022): Sección Pensamiento, Sociedad y Democracia. Drogas y vida en las calles latinoamericanas.
Dossier

Gestando e gerindo a vulnerabilidade de mulheres em situação de rua: Articulações entre gênero, trajetória de rua, drogas e maternidades

Ariana Oliveira Alves
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Unicamp
Taniele Rui
Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Unicamp

Publicado 2022-09-22

Palavras-chave

  • maternidad,
  • género,
  • drogas,
  • calle,
  • vulnerabilidad
  • motherhood,
  • gender,
  • drugs,
  • street,
  • vulnerability
  • maternidade,
  • gênero,
  • drogas,
  • rua,
  • vulnerabilidade

Como Citar

Oliveira Alves, A., & Rui, T. (2022). Gestando e gerindo a vulnerabilidade de mulheres em situação de rua: Articulações entre gênero, trajetória de rua, drogas e maternidades. Encuentros Latinoamericanos (segunda época), 6(1), 118–136. https://doi.org/10.59999/6.1.1701

Resumo

A retirada compulsória de bebês de mulheres em situação de rua é uma discussão que tem se aprofundado no Brasil e gradativamente sido conectada a outras questões, como pobreza, uso de álcool e outras drogas, sofrimento mental, gênero, raça e violência de Estado. A partir de estudo realizado em Belo Horizonte (Minas Gerais), pretendemos mostrar como as categorias “vulnerabilidade” e “risco” passam a ocupar centralidade nos processos de administração e proteção da infância e das famílias, sinalizando uma transformação moral da discussão que não necessariamente garante direitos de mulheres em situação de rua. Ancoradas nos estudos de gênero e suas interseccionalidades e na antropologia das práticas estatais de administração, serão analisadas, de um lado, as formas de produzir, gerir e/ou neutralizar julgamentos morais, bem como de construir a figura de uma pessoa destituinte de direitos. E de outro, serão exploradas as modalidades de gestão que têm se realizado por mecanismos de regulação e responsabilização singularizada na figura materna. Vale destacar que tais dimensões são engendradas através dos embates em instâncias estatais, tais como Vara da Infância e Juventude, Defensoria Pública, serviços do Sistema Único de Saúde e do Sistema Único de Assistência Social. Nesse sentido, o artigo enfoca a situação de rua, mas a apreende a partir de uma perspectiva política bastante ampliada, na medida em que investiga os atores públicos que gerem e normatizam a “vulnerabilidade” de mulheres nas ruas.

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