Publicado 2024-10-08
Como Citar
Resumo
O artigo analisa como filosofia e educação se entrelaçam em seu desenvolvimento histórico, gerando encontros, desencontros, veredas. Primeiramente, aborda-se a relação originária entre filosofia e educação, nascida no mundo grego, cujo exemplo mais expressivo é a investigação filosófica de Platão, que se constituiu em justificação metafísica, orientando a educação para um progressivo esclarecimento racional. A metafísica oferece uma configuração teórica que indica os fins da educação. Na sequência, expõe-se o modo de relação estabelecido entre filosofia e educação na modernidade, quando o desenvolvimento do saber empírico e da ciência experimental alteram pela base a natureza dessa relação, ocasionando a perda de legitimidade do saber filosófico que pretendia uma visão de unidade do ser e da realidade, do qual as categorias educacionais seriam deduzidas. Na medida em que a educação é dominada pelo método científico, que enquadra o ser humano em categorias quantificáveis, há um recuo da filosofia. Num terceiro momento, tendo como referência a consideração inevitável das mudanças históricas ocorridas no pensamento e da crítica à razão totalizadora, aponta-se para outra articulação entre filosofia e educação, segundo a qual a filosofia pode ser chamada a contribuir pela análise crítica de como os conceitos são pensados, direcionando o processo educativo. Isto é exemplificado na discussão crítica a respeito do conceito de Bildung (Reichenbach, 2003), por meio da reconhecimento de seu caráter subversivo que projeta a formação como autoeducação. O artigo conclui que a filosofia, num diálogo aberto com educação, interpreta questões da formação justamente ali onde outros âmbitos do saber já não encontram respostas, como foram pavimentados determinados caminhos, como se estabeleceram os conceitos e quais seus limites.
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Referências
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