v. 17 n. 1 (2023): Dossiê «Narrativas dissidentes e outros modos de existência»
Artículos

Pluralismo e Narrativas Dissidentes na Esfera Pública da América Latina

Ricardo Samaniego de la Fuente
Universidad de la República
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Publicado 2023-06-30

Palavras-chave

Como Citar

Samaniego de la Fuente, R. (2023). Pluralismo e Narrativas Dissidentes na Esfera Pública da América Latina. Revista Fermentario, 17(1), 5–23. https://doi.org/10.47965/fermen.17.1.1

Resumo

Em esse artículo argumenta-se que a noção de esfera pública é crucial para entender as possibilidades de democratização que surgem desde as atuais intervenções de movimentos sociais em América Latina. Em particular, propõe-se que o modelo mais adequado no que nisso respeita é o de ‘contra-esferas públicas.’ Esse, se argumenta, é superior ao modelo hegemônico ‘burguês,’ e as alternativas ‘plebeia’ e ‘proletária,’ pois é o que melhor permite analisar as contribuições e o potencial transformador desses movimentos. Para isto, primeiro mostram-se os pontos fracos dos modelos alternativos. Depois, argumenta-se que o modelo burguês da esfera pública desenvolvido por Habermas 1) não consegue captar o pluralismo e multiculturalismo—característicos das sociedades Latino-americanas contemporâneas e; 2) não permite entender o valor dos fenómenos como o consumo e discussão de objetos culturais, o uso narrativo ou poético da linguagem, ou as expressões estéticas. Isso é problemático, pois são fenômenos constitutivos do contexto Latino-americano e formam parte fundamental na construção e expressão de diversos grupos sociais contra-hegemônicos na região. Finalmente mostra-se que o modelo das contra-esferas públicas, desenvolvido por Negt e Kluge, e Fraser, é uma alternativa superior para apreender as características desse espaço público. Em primeiro lugar porque baseia-se em uma ideia mais compreensiva do ‘universalismo,’ uma sensível às diferenças sociais e culturais. Em segundo lugar, porque contra o viés argumentativo do modelo habermasiano, o das contra-esferas públicas permite entender o aporte racional e democrático de formas alternativas de expressão, representação e interação social.

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