Publicado 2024-10-08
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Resumen
O historiador e filósofo Pierre Hadot (1922-2010) defende uma concepção de filosofia entendida como modo de vida e exercício espiritual que, de acordo com ele, implica para o filósofo um compromisso educativo em relação às outras pessoas. Para ele, nos tempos antigos a filosofia foi (e, talvez, hoje deveria outra vez ser) uma atividade voltada não somente ao desenvolvimento teórico e conceptual, mas sobretudo à transformação da própria existência sob a coordenada de um ideal de boa vida ou sabedoria. Mas a dedicação do filósofo ao seu próprio aprimoramento existencial não conduz a uma atitude de ensimesmamento egoísta, pois, na medida em que envolve precisamente a superação do egoísmo, ela provoca uma abertura em relação às outras pessoas. Essa preocupação com os demais se configura como um compromisso educativo do filósofo em relação aos outros. Porém, à diferença da maneira como se ensina filosofia contemporaneamente, trata-se de um ensino que não se reduz à teoria e ao conceito, mas que solicita também o envolvimento prático e a modificação concreta da vida.
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Citas
- DAVIDSON, A. I. (1990). Spiritual Exercises and Ancient Philosophy: An Introduction to Pierre Hadot. Critical Inquiry, v. 16 (3), 475-482.
- HADOT, P. (2014a). Exercícios espirituais e filosofia antiga. São Paulo: É Realizações;
- HADOT, P. (2014b). O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola;
- HADOT, P. (2016). A filosofia como maneira de viver: Entrevistas de Jeannie Carlier e Arnold I. Davidson. São Paulo: É Realizações;
- SELLARS, J. (2022). O que é a filosofia como modo de vida? En F. Testa y M. Faustino (Comp.), Filosofia como Modo de Vida: Ensaios Escolhidos, (pp. 65-88). Lisboa: Edições 70;
- SHARPE, M. (2018). Towards a phenomenology of Sagesse. Angelaki, v. 23 (2), 125-138;
- TESTA, F. y FAUSTINO, M. (2022). Filosofia como Modo de Vida: Ensaios Escolhidos, Lisboa: Edições 70.