Publicado 2022-12-21
Cómo citar
Resumen
Poliamor é uma forma contemporânea de relacionamento afetivo-sexual que se refere ao consenso e simultaneidade no envolvimento entre mais de duas pessoas. Para essa escrita nos interessou, especificamente, o estudo dos processos comunicativos na configuração subjetiva poliamorosa de uma relação afetivo-sexual entre três pessoas, conhecida como tríade ou trisal. A comunicação ocupou um lugar central em nosso estudo, enquanto um elo articulado para vincular a metodologia com base na Epistemologia Qualitativa de González Rey e a complexidade dos processos comunicativos na configuração poliamorosa de um relacionamento afetivo-sexual entre três pessoas, ao assumirmos a negociação como um de seus valores centrais. A referência à configuração subjetiva, por sua vez, responde à categoria de subjetividade, segundo a Teoria da subjetividade também desenvolvida por González Rey. Nesse sentido, o conceito de subjetividade corresponde a uma perspectiva histórico-cultural, sendo concebida como uma dimensão psíquica processual, construtiva e não linear que rompe com as dicotomias sociedade/indivíduo, objetivo/ subjetivo e simbólico/ emocional. Desenvolvemos no percurso investigativo uma proposta de comunicação, que buscou seguir principalmente a concepção dos processos comunicativos com base na Epistemologia Qualitativa; o valor da estranheza, do estranhamento como potência comunicativa; e a noção de sujeito falante de Paul Preciado, para a negociação nos processos comunicativos de uma configuração subjetiva poliamorosa em uma relação afetivo-sexual na forma de trisal.
Descargas
Citas
- Anapol, D. (2010). Polyamory in the 21st century. Lanham, MD: Rowman & Littlefield.
- Araújo, C. A. (2010). A pesquisa norte-americana. In A. Hohlfeldt; L. C. Martino e V. V. França (Orgs.), Teorias da Comunicação: conceitos, escolas e tendências (pp. 119–130). Petrópolis: Vozes.
- Deleuze, G. (1992). Os Intercessores. In G. Deleuze, Conversações (pp. 151-168). Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed. 34.
- Foucault, M. (1988). História da sexualidade I: A vontade de saber. Trad. Maria Thereza C. Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro, Edições Graal.
- França, V. V. (2001). Paradigmas da comunicação: conhecer o quê? Ciberlegenda, (5) (ed. especial). https://periodicos.uff.br/ciberlegenda/article/download/36784/21359.
- González Rey, F. (1995). Comunicación, personalidad y desarrollo. Habana: Pueblo y Educación.
- González Rey, F. (2009). El campo heurístico que define la especificidad posmoderna en psicoterapia. In F. González Rey, Psicoterapia, subjetividad y postmodernidad: Una aproximación desde Vigotsky hacia una perspectiva histórico-cultural (pp. 188-198). Buenos Aires: Noveduc.
- González Rey, F. (2010). Pesquisa qualitativa e subjetividade: os processos de construção da informação. São Paulo, SP: Cengage Learning.
- González Rey, F. (2013). La subjetividad en una perspectiva histórico-cultural: avanzando un legado inconcluso. CS, Vol. 11, 19-42. http://www.scielo.org.co/pdf/recs/n11/n11a02.pdf.
- González Rey, F. (2016a). Advancing the topics of social reality, culture, and subjectivity from a cultural–historical standpoint: Moments, paths, and contradictions. Journal of Theoretical and Philosophical Psychology, Vol. 36 (3), 175-189. https://doi.org/10.1037/teo0000045.
- González Rey, F. (2016b). O social na psicologia e a psicologia social: a emergência do sujeito. [Recurso eletrônico]. Trad. Vera Lúcia M. Joscelyne. Petrópolis, RJ: Vozes.
- hooks, b. (2000). Vivendo de amor. In J. Werneck; M. Mendonça e E. C. White (Orgs.), O livro da saúde das mulheres negras: nossos passos vêm de longe (pp. 188-198). Trad. Maisa Mendonça; Marilena Agostini e Maria Cecília MacDowell. Rio de Janeiro: Pallas – Criola.
- Klesse, C. (2011). Notions of love in polyamory: elements in a dircourse on multiple loving. Laboratorium, Vol. 3, (2), 4-25. https://www.soclabo.org/index.php/laboratorium/article/view/250/586.
- Lakoff, G.;Johnson, M. (2002). Metáforas da vida cotidiana. Trad. Mara Sophia Zanotto. São Paulo: Educ.
- Noguera, R. (2020). Por que amamos: o que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor. Rio de Janeiro: HarperCollins Brasil.
- Patiño Torres, J. F. (2022). O diálogo a três vozes na obra de González Rey: ontologia, epistemologia e método. In A. Mitjáns Martínez; M. C. V. R. Tacca e R. Valdés Puentes (Orgs.), Teoria da subjetividade como perspectiva crítica: desenvolvimento, implicações e desafios atuais (pp. 173-193), Campinas: Editora Alínea.
- Pilão, A. C.;Goldenberg, M. (2012). Poliamor e monogamia: construindo diferenças e hierarquias. Revista Ártemis [S. l.], Vol. 13 (1), 62-73. https://periodicos.ufpb.br/index.php/artemis/article/view/14231.
- Preciado, P. B. (2014). Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual. Trad. Maria Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: n-1 edições.
- Reis, J. B. G. (2017). A construção de um relacionamento na perspectiva do poliamor. Dissertação (Mestrado em Psicologia: Psicologia Clínica) - Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Clínica, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/20245/2/Janaina%20Batista%20Gonzalez%20Reis.pdf.
- Said, G. F.; Lima, C. C.; Alves, T. M. (2017). Não leia este texto! A escola de Palo Alto e os paradoxos comunicacionais. Comunicologia. Brasília, UCB, Vol.10 (2), 70-84. https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RCEUCB/article/download/8793/5395.
- Silva, R. F. (2017). Por um modo de vida alegre. Leitura: Teoria & Prática, Campinas, São Paulo, Vol. 35, (70), 147-157. https://doi.org/10.34112/2317-0972a2017v35n70p147-157.